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Estrangeiro

by Miguel Jaques

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phutil Música incrivelmente genuína e íntima que ainda assim consegue soar descontraída. Muito belo álbum, generoso e valente feito. Favorite track: Mestre Carrasco Tira Férias.
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1.
Amori 02:36
Chama a chama bota fogo na lareira há água na fogueira, amor Dama, dama acende a cama e a cadeira há gente sem calor, amor Por cima não há ninguém a ver que ligue à lei E eu já paguei então… Lava a lama seca a chuva da madeira a rua já vai cheia, amor Fome e fama pede ajuda à lua cheia há dias sem sabor, amor Por cima não há ninguém a ver que ligue à lei E eu já paguei então… Já nem falo, já nem falo em quem sufoca o seu par com a palma da mão Já nem falo, já nem falo em quem afoga o seu par...
2.
É Já Ali 02:51
Sem esconder mais erros no berço o Alberto quer saber onde as gatas vão Quando toca a hora do terço e os bancos estão vazios, apesar do frio Sem limpar à roupa da cama o Alberto quer saber onde as gatas vão É já ali, ao virar da esquina Ia, tás quase lá, tás quase lá Sem sorrir a desejos secretos o Alberto quer saber onde as gatas vão Mas guarda a pena para outros decretos e espera que o jornal traga a solução Se há virtude, não é por vontade que aquilo que ele quer é partir a actriz É já ali, junto ao multibanco Ia, tás quase lá, tás quase lá Sofre por só ver às vezes chora por saber demais Mas por cinquenta mocas aquela casa fica em paz ou quase lá, ou quase lá Sem usar o cinto com força o Alberto vai lá ter, onde as gatas estão É já ali, ao virar da esquina Ia, tás quase lá, tás quase lá
3.
Ainda há quem ajude e é bom lembrar-me disso (ainda há quem ajude) Os dias ficam podres e as noites mal-dormidas (ainda há quem ajude) Quando tens de arrastar um passado tão pesado e não dá para parar que o presente é muito quente e só resta empurrar o futuro como um muro então a gente ajuda Já pensei juntar-me à princesa sem cabeça mandar um belo salto dum sítio muito alto para o meio do Giraldo Mas há sempre um anjo a chamar-me para esta vida que embora seja suja e um bocado burra mordê-la sempre ajuda Quando tens de arrastar um passado tão pesado e não dá para parar que o presente é muito quente e só resta empurrar o futuro como um muro então a gente ajuda Ainda há quem ajude e é bom lembrar-me disso (ainda há quem ajude) Quando tens de arrastar um passado tão pesado e não dá para parar que o presente é muito quente e só resta aguentar o futuro como um murro então a gente ajuda
4.
Mê Cão 02:25
O meu cão não é bem meu nem de ninguém Ele anda por aí e às vezes vem O meu cão não é de cá nem de Portel Ele é de onde está e anda a pé Toda a gente quer meter-lhe uma trela, uma sela, um selim Ninguém acha bem que um cão tão lindo viva assim As cadelas querem meter-lhe um telhado, um arado, um anel Ficaram com a ideia que ele é conde de Portel O meu cão não quer voltar a arranha-céus e ver-se reflectido nos seus troféus nem quer guardar um pátio com limões Prefere ir passear as filhas dos ladrões Se eu pudesse andar por aí com o pêlo molhado a brilhar e morder os betos que me acordam a gritar Se eu pudesse ser como ele e ao mesmo tempo ser eu era um pouco mais do povo e um pouco menos meu
5.
Quando a tocha e o tambor lançam sombras no teu lar chega a hora de ir dizer adeus a quem veio para dizer olá Vão mentindo pelo teu bem e benzendo o teu medo e aquilo que me enoja mais é que nada disto é segredo mas o dia continua igual porque a noite veio muito cedo Quando a tocha e o tambor já ressoam no teu lar chega a hora de ir dizer adeus a quem veio para dizer olá Tiram cravos das G3 para plantá-los num jardim e a plateia volta para casa convencida que é melhor assim mas ninguém notou que as carabinas já não tão nas mãos de manequins Quando a tocha e o tambor...
6.
Entretanto passou Eu tava-me a passar mas agora passou Entretanto passou Até cuspia sangue mas agora passou Na valeta não cabia mais ninguém E a esplanada tava cheia de alemães E entretanto voltou Devias ver a farpa que a enfermeira arrancou E a dor é como um touro que a forquilha acordou Sem seguro no privado é a pagar E o que eu tenho talvez dê para um folar E entretanto passou Isto hoje é só milagres a velinha resultou! A reza a Sto. António (quem diria!) funcionou Eu pus-me de joelhos e o demónio abalou Eu mal podia andar e olha os saltos que eu dou Eu tava-me a passar mas agora passou
7.
(Tou? Hoje não dá. O chefe está para fora e só volta 2ª das Filipinas. Pode aguardar? A forca fica pronta Janeiro sem falta. Sim, estou a ver. E dizem que essa bruxa não arde depressa na nossa pira? Tentem deitar um pouco de azeite, decerto que ajuda. Ligue depois, nós estamos encerrados até à semana do ano novo. Vou anotar. E o cadafalso precisam para quando? Hoje não dá. O Chefe está para fora e só volta 2ª das Filipinas. Pode aguardar? A forca fica pronta Janeiro e hoje é…) Andam todos passados, com o fogo no rabo para ver alguém morto. E eu tou tão cansado. Sempre sangue nas unhas e um pano na cara. E o telefone não pára. Eu só espero que a Mara não dê cabo de nada. E eu tou relaxado… Sim? E hoje é tão bom poder mandá-los passear. E se alguém ligar, diz-lhe que hoje tou para fora a beber xerez com duas galegas que me chamam papá. (Ainda não está. Não quer deixar o nome que quando ele voltar ele pega nisso? Um nome qualquer. Não tem de ser o seu, só um número de fixo. Para um parceiro temos um veneno, mas esse demora catorze horas. É sempre em pó. Pode vir 2ª apanhá-lo, e hoje é…) E hoje é tão bom ficar deitado a ressacar. E se alguém ligar, diz-lhe que ontem apanhei dois robalos do tamanho de gatos e soltei-os no mar. (Hoje está cá. O chefe já aí vem, ele só está a atender uma inquisidora. Prima do rei? Isso não sei, mas aguarde um bocado. Sim, estou a ver. Então e a cabeça não cabe na base da guilhotina? Eu mando um rapaz. Já sabem que a tortura é feita antes disso!) E hoje é tão bom poder voltar a trabalhar. Já me tava a cansar de conversas sobre ioga na praia e dos bailes à noite, sempre areia nos pés…
8.
É pena só ter sido um sonho O tigre curava-me a mão E a moça que pintava o quadro saltou do sobreiro e chamou, Vem ver se ainda há tempo para acordar mais uma vez aqui Mais uma, mais uma O meu puma por mais uma Vinda a manhã lá estás tu ou não, e então chau-chau Que sorte só ter sido um sonho Os ninhos ardiam no chão Do claustro vinha o som de facas e a cara no forno chorou, Vai ver se ainda há tempo para acordar mais uma vez aqui Mais uma, mais uma Os meus ossos por mais uma Vinda a manhã lá estás tu ou não, e então chau-chau Ela faz assim e eu volto para onde vim com receio de me impor nalgum plano do senhor Ela faz assim e eu puxo-a para mim mas puxá-la só a faz afastar-se ainda mais Ela faz assim e eu devolvo-lhe o marfim Não há maneira de a tentar sem saber regatear Ela faz assim e eu conto quatro rins mas na pressa de os vender deixo o gelo derreter Ela faz assim e eu acordo no Bonfim mas onde antes tinha pés vejo caras de bebés Ela faz assim e eu marcho para o fim No meu bolso, cinco paus Venha a morte por calhaus
9.
Nas Docas 03:36
10.
A Procissão 03:43
Bum-bum!, na procissão entornam mais vinho no pano Os homens beijam a mão da estátua com cabelos humanos E assim vislumbram a luz sem ter de olhar mesmo para o sol E podem vê-lo, vê-lo, vê-lo sem ter de ir lá ter tão cedo Bum-bum!, acaba-se o jogo e a besta é aberta na areia Assam a carne no fogo que ainda há dias cercava a aldeia E assim vislumbram o sol sem ter de olhar mesmo para o céu E podem vê-lo, vê-lo, vê-lo sem ter de ir lá ter tão cedo Bum!, foguetes no céu e as palmas de quem veio à rua Disfarçam detrás deste véu mas olham com a alma tão nua E assim vislumbram o céu sem ter de olhar mesmo para a luz E podem vê-lo, vê-lo, vê-lo sem ter de ir lá ter tão cedo
11.
G 01:24
As vozes sossegam de manhã na margem quase azul do rio Eu arranco as sanguessugas desta mão e vou ter onde os outros os outros estão

credits

released September 10, 2021

Canções, arranjos, produção: Miguel Jaques

Miguel Jaques: voz, teclas, piano, baixo, guitarra, percussão
Tomás Ramalho: baixo (1 e 6)
Mário Lopes: bateria, bongós e palmas (4)
Fibrja: voz (2, 5, 7, e 10)
Cláudia Amado: flauta (1, 2, e 10)
Regina Branco: voz (5)
Alberto Ferreira: piano (1)

Ensaio da Associação Filarmónica 24 de Junho (5) gravado na
Casa do Povo de S. Miguel de Machede, em Abril de '21
Entrevista a Mila Risso (5) gravada em Mourão, em Maio de '21
"Quem diria!" (6) gravado em Évora com Diogo Pais Caetano, Fibrja, e Regina Branco

Mistura e masterização: Audiokobold - audiokobold@gmail.com

Fotografia: Beatriz Banha

Agradecimentos e abraços: Filipa, Regina, Nuno, Paulo, Tomás, Mário, Cláudia, Beatriz, Diogo, Alberto, Mila, D. Ana Fernandes, Pis, Pedro Silva, feiticeira Cristina, Sandra Oliveira, Vum, Marco Mendes, Associação Filarmónica 24 de Junho

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